sexta-feira, 5 de março de 2021

O Beijo da Palavrinha

 Olá meninos do 4.º ano!

Esta semana vamos conhecer e explorar a bonita história: 

O Beijo da Palavrinha de Mia Couto.

Estão curioso? Então vamos aos desafios!

Vai valer a pena e certamente que vão gostar.

Vão visualizar e ouvir a história em vídeo. Para tal apenas terão que clicar na imagem em baixo e  ficar atentos.

Vão ler o texto (adaptado) e no final respondem a um inquérito online.

Após responderem a todas as questões vão submeter (apenas uma vez) e até podem ver a vossa pontuação. Por cada resposta certa terão um ponto, como são 20 perguntas, se acertarem em todas terão 20 pontos que equivale a 100%.

Para responderem ao inquérito cliquem no link que se segue (mas primeiro visualizem o vídeo e leiam o texto com atenção).

Inquérito O Beijo da Palavrinha

Boa leitura e bom trabalho.

Obrigado pela colaboração.

A professora bibliotecária

Esperança Pereira

 


 O Beijo da Palavrinha de Mia Couto

Era uma vez uma menina que se chamava Maria Poeirinha e nunca tinha visto o mar. Ela e a sua família eram pobres, viviam numa aldeia tão interior que acreditavam que o rio que ali passava não tinha nem fim nem foz.

Certo dia, a Maria Poeirinha adoeceu gravemente.

 Como ela nunca tinha visto o mar, o tio Jaime Litorânio, homem que um dia foi morar naquela aldeia, pensava que enviá-la num barco pelo rio até à costa, seria a cura da Maria Poeirinha. Contudo, a menina estava tão fraca que a viagem tornou-se impossível.

A mãe pegou nas mãos da menina e entoou as velhas canções de embalar.
Em vão. A menina apenas ganhava palidez e o seu respirar era o de um fatigado passarinho.
O irmão Zeca Zonzo, que era um rapaz sempre com a cabeça no ar, teve uma ideia e foi buscar um papel e uma caneta.

Todos pensaram que ele iria desenhar o oceano. Mas não. Zonzo apenas rabiscou com letra gorda a palavra mar.

Zeca Zonzo tomou na sua mão os dedos magritos de Maria Poeirinha e guiou-os por cima dos traços que desenhara.

Poeirinha identificou o m como uma letra feita de vagas, líquidas linhas que sobem e descem. Era uma letra feita de ondas, pois ela já as tinha visto no rio. Na letrinha a seguir reconheceu o a. Era uma ave, uma gaivota pousada nela própria, enrodilhada perante a brisa fria.

 A seguinte letrinha era uma letra tirada da pedra. Era o r da rocha.

E os dedos da menina magoaram-se no r duro e rugoso, com as suas ásperas arestas.

O tio Jaime Litorânio, lágrima espreitando nos olhos, disse:

-Calem-se todos: Já se escuta o marulhar!

Uma gaivota branca ergueu-se do leito da menina, ela foi beijada pelo mar e afogou-se numa palavrinha.

Ainda hoje, tantos anos passados, Zeca Zonzo, apontando o rosto da sua irmãzinha na fotografia, clama e reclama:

Eis minha mana Poeirinha que foi beijada pelo mar.

E se afogou numa palavrinha.       

                                                             Texto adaptado



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