domingo, 31 de janeiro de 2021

Dia ao Contrário

 

Canção do Dia ao Contrário (31 de janeiro)


Imagina, imagina

um belo Dia ao Contrário

com a aventura no ar

e a chatice no armário.

 

Imagina, imagina

o amor em boa hora

numa dança breve à espera

que o rancor se vá embora.

 

Imagina, imagina

em vez dum esgar franzido

uns olhos de mar sem sombra

e um riso de quebrar vidros.

 

Imagina, imagina

um vírus já derrotado

e uns meninos a abraçar-se

no verde-claro de um prado.

 

Imagina, imagina

um belo Dia ao Contrário,

talvez de livrar uns peixes

da prisão dum aquário.

 

Imagina, imagina

o sol-pôr da caridade,

o pão na mesa de todos

e o trabalho necessário.

 

Imagina, imagina

a justiça e a verdade

e em vez do escuro ódio

o caminho da igualdade.

 

Imagina, imagina

o fim dum turvo cenário

com um sol benévolo a abrir-se

num belo Dia ao Contrário.

 

João Pedro Mésseder 

Escola Amiga da Criança

 

 

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

A Abóbora Menina

Lê o conto: A Abóbora Menina de Maria Teresa Lopes

 Brotara do solo fecundo de um quintal enorme, de uma semente que mestre Crisolindo comprara na venda. Despontava por entre uns pés de couve e mais algumas abóboras, umas suas irmãs, outras suas parentes mais afastadas.

Tratada com o devido esmero, adubada à maneira, depressa cresceu e se tornou em bela moçoila, roliça e corada.

Os dias corriam serenos. Enquanto o sol brilhava, tudo era calma naquele quintal. Sombra dos pés de couve, rega a horas devidas, nada parecia faltar para que todos fossem felizes.

 As suas conversas eram banais: falavam do tempo, de mestre Crisolindo e nunca, mas nunca, do futuro que os aguardava.

Mas Abóbora Menina, em vez de se dar por satisfeita com a vida que lhe havia sido reservada, vivia entristecida e os seus dias e as suas noites eram passados a suspirar.

 Desde muito cedo que a sua atenção se virara para as borboletas de cores mil que bailavam sobre o quintal. E sempre que alguma pousava perto de si, a conversa não era outra se não esta:

―Dizei-me, menina borboleta, como fazeis para voar?

 ―Ora, menina abóbora, que quereis que vos diga? Primeiro fui ovo quase invisível, depois fui crisálida e depois, olhe, depois alguém me pôs estas asas e assim voei.

―Como eu queria ser como vós e poder sair daqui, ver outros quintais.

 ―Que me conste, vós fostes semente e vosso berço jaz debaixo desta terra negra e quente. Nunca por aí andámos, minhas irmãs e eu.

A borboleta levantava voo e Abóbora Menina suspirava. E suspirava. E de nada serviam os consolos de suas irmãs, nem o consolo dos pés de couve, nem o consolo dos pés de alface que cresciam ali perto e que todas as conversas ouviam.

 Certo dia passou por aqueles lados uma borboleta mais viajada e foi pousar mesmo em cima da abóbora. De novo a mesma conversa, os mesmos suspiros.

 Tanta pena causou a abóbora à borboleta, que esta acabou por lhe confessar:

―Já que tamanho é vosso desejo de voar e dado que asas nunca Edições ArcosOnline.com, Histórias Que Acabam Aqui 6 podereis vir a ter, só vos resta uma solução: deixai-vos levar pelo vento sul, que não tarda nada aí estará.

―Mas como? Não vedes que sou roliça? Não vedes que tenho engordado desde que deixei de ser semente?

E a borboleta explicou à Abóbora Menina o que ela devia fazer.

A única solução seria cortar com o forte laço que a ligava àquela terra-mãe e deixar-se levar pelo vento.

Ele não tardaria, pois umas nuvens suas conhecidas assim lhe haviam garantido. Mais adiantou a borboleta que daria uma palavrinha ao tal vento, por sinal seu amigo e aconselhou todos os outros habitantes do quintal a segurarem-se bem quando ele chegasse.

 Ninguém gostou da ideia à exceção da nossa menina.

―Vamos perder-te! ― lamentavam-se as irmãs.

―Nunca mais te veremos. ― sussurravam os pés de alface.

―Acabarás por mirrar se te desprendes do solo que te deu sustento.

Mas a abóbora nada mais queria ouvir. E logo nessa noite, quando todos dormiam, Abóbora Menina tanto se rebolou no chão, tantos esticões deu ao cordão que lhe dera vida, que acabou por se soltar e assim permaneceu, liberta, aguardando o vento sul com todos os sonhos que uma abóbora ainda menina pode ter na sua cabeça.

 Não esperou muito, a Abóbora Menina. Dois dias passados, logo pela manhãzinha, o vento chegou. E com tal força, que a todos surpreendeu.

 Mestre Crisolindo pegou na enxada e resguardou-se em casa. As flores e as hortaliças, já prevenidas, agarraram-se ainda mais à terra.

Só a abóbora se alegrou e, peito rosado aberto à tempestade, aguardou paciente a sorte que a esperava.

Quando um remoinho de vento pegou nela e a ergueu nos ares, qual balão liberto das mãos de um menino, não sentiu nem medo, nem pena de partir.

―Adeus, minhas irmãs!... Adeus, meus companheiros!...

―Até... um... dia!...

E voou direitinha ao céu sem fim!...

Para onde seguiu? Ninguém sabe.

 Onde foi parar? Ninguém imagina.

 Mas todos sabem, naquele quintal, que dali partiu, numa bela tarde de vento, a abóbora menina mais feliz que algum dia poderá haver.

 Edições ArcosOnline.com, Histórias Que Acabam Aqui.

Texto: Maria Teresa Lopes

sábado, 16 de janeiro de 2021

A Girafa que Comia Estrelas

No âmbito da Educação Literária, com os alunos do 2.º ano, da EB de Pedreira e Friestas foi lida e explorada a obra: 

A Girafa que Comia Estrelas de José Eduardo Agualusa.

Na aula, os alunos realizaram atividades de escrita e ilustração relativas a esta bonita história. 












A escola



Na minha escola sou feliz

Com todos vou brincar.

Somos todos muito amigos

Sempre prontos a ajudar.

 

Com o professor Afonso a ensinar

Todos vamos aprender.

Somos todos muito amigos

Ninguém nos vai vencer.

 

Na cantina, ao almoço

Petiscos vamos ter

Comida saborosa

Que nos ajuda a crescer!

 

Aos nossos auxiliares

Obrigada de coração

Por manter a escola limpa

Com tanta desinfeção.

 

E para terminar

Esta quadra tão bonita

Um beijinho pequenino

Da menina Ana Rita.

 

Ana Rita – EB de Valença, 4.º H

 



domingo, 3 de janeiro de 2021

Concurso Nacional de Leitura 2021

 

Datas e Obras a Concurso

 Inscrição dos alunos Até 15 de janeiro de 2021.

Fase a nível de escola Realiza-se na escola, entre os dias 8 e 12 de fevereiro.

Fase intermunicipal Realiza-se à distância (online), a partir de Ponte de Lima, no dia 9 de abril de 2021

Em Valença, as provas decorrem na Biblioteca Municipal.

Fase nacional 5 de junho de 2021, com prova escrita de pré-seleção online a 19 de maio.

 Fase Escolar

Objetivo

Estimular o gosto e o prazer da leitura para melhorar o domínio da língua portuguesa, a compreensão e os hábitos de leitura.

 Destinatários

A participação no concurso está aberta aos alunos do 1.º, 2.º e 3.º ciclos.

 Calendário                                                                                 

As inscrições dos alunos estão abertas até ao dia 15 de janeiro de 2021.

A prova de seleção, com uma duração de 45 minutos, realiza-se na escola, entre os dias 8 e 12 de fevereiro.

A divulgação dos resultados será realizada no dia 22 de fevereiro.

Normas de participação

Os alunos têm que ler a obra indicada para o seu nível de ensino.

Os concorrentes são selecionados mediante a realização de uma prova de leitura.

Caso faltem, não podem realizar a prova noutra data.


Obras Selecionadas a Nível de Escola

1.º Ciclo: A Princesa da Chuva, de Luísa Ducla Soares

2.º Ciclo: A Viúva e o Papagaio, de Virginia Woolf

3º Ciclo: A admirável história de Greta Thunberg,
                 de Valentina Camerini.

 

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Poema da Paz


 

O dia mais belo? Hoje.

A coisa mais fácil? Equivocar-se.

O obstáculo maior? O medo. 

O erro maior? Abandonar-se.

A raiz de todos os males? O egoísmo.

A distração mais bela? O trabalho.

A pior derrota? O desalento.

Os melhores professores? As crianças.

A primeira necessidade? Comunicar-se

O que mais faz feliz? Ser útil aos demais.

O mistério maior? A morte.

O pior defeito? O mal humor.

A coisa mais perigosa? A mentira.

O sentimento pior? O rancor.

O presente mais belo? O perdão.

O mais imprescindível? O lar.

A estrada mais rápida? O caminho correto.

A sensação mais grata? A paz interior.

O resguardo mais eficaz? O sorriso.

O melhor remédio? O otimismo.

A maior satisfação? O dever cumprido.

A força mais potente do mundo? A fé.

As pessoas mais necessárias? Os pais.

A coisa mais bela de todas? O amor.

 

Por Madre Teresa de Calcutá