segunda-feira, 13 de abril de 2020

Amêndoas de Páscoa


Amêndoas de Páscoa

Oh! Mas que belo cartucho de amêndoas apetitosas deu a madrinha à Ritinha!

Brancas, verdes, cor-de-rosa. Uma prenda saborosa.

Foi a Rita pelo caminho, e, ao ver malmequer e buxo, quis fazer um ramalhete.

Pousou no chão o cartucho.

Ora passou ali o Zé Espinheiro Bravio que é um rico malandrete; e com o “Arrepio”, cão vadio.

Viram ambos o cartucho, e nenhum tinha fastio…

Zás! Amêndoas para o bucho.

Mastigando, tasquinhando e enchendo as algibeiras, o Zé Espinheiro Bravio deixa o cartucho vazio, e foge com

o “Arrepio nas calcanheiras.

Quando a Rita olhou para trás, o maroto do rapaz, mais o cão de companhia, corria se bem corria.

Chora a Ritinha:

Chegou o Domingo de Páscoa. Tocam sinos:

-Dlim, Dlão; Dlim! Dlão Dlim, Dlão! Páscoa sem perdão, não é Páscoa, não Dlim, Dlão; Dlim!  Dlim, Dlão!

O Zé Espinheiro Bravio que os ouviu, sentiu estremecer o coração.

- Os sinos tem razão! “Arrepio”, vamos pedir perdão.

 Por sua vez, a Ritinha ouviu os sinos também, e pensou:

- Os sinos dizem bem. Tenho de perdoar a alguém.

Vieram a correr, cada qual do seu lado.

Zé Espinheiro Bravio que tinha remexido as algibeiras e encontrado cinco amêndoas inteiras, estendeu a mão:

- Peço-te perdão. Ainda sobram estas…

A Rita respondeu:

- Estás perdoado. Boas Festas!

- E depois abraçaram-se os dois.

“Dlim! Dlão! Dlim!” – cantavam alto os sinos por cima da cabeça dos meninos.

“Dlim! Dlão! Dlim! Páscoa só é Páscoa assim!”

Maria Isabel Mendonça Soares
A Ferbar renovou a imagem das suas amêndoas para esta Páscoa

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