Amêndoas de Páscoa
Oh! Mas que belo cartucho de amêndoas
apetitosas deu a madrinha à Ritinha!
Brancas, verdes, cor-de-rosa. Uma
prenda saborosa.
Foi a Rita pelo caminho, e, ao
ver malmequer e buxo, quis fazer um ramalhete.
Pousou no chão o cartucho.
Ora passou ali o Zé Espinheiro
Bravio que é um rico malandrete; e com o “Arrepio”, cão vadio.
Viram ambos o cartucho, e nenhum
tinha fastio…
Zás! Amêndoas para o bucho.
Mastigando, tasquinhando e
enchendo as algibeiras, o Zé Espinheiro Bravio deixa o cartucho vazio, e foge
com
o “Arrepio nas calcanheiras.
Quando a Rita olhou para trás, o
maroto do rapaz, mais o cão de companhia, corria se bem corria.
Chora a Ritinha:
Chegou o Domingo de Páscoa. Tocam
sinos:
-Dlim, Dlão; Dlim! Dlão Dlim,
Dlão! Páscoa sem perdão, não é Páscoa, não Dlim, Dlão; Dlim! Dlim, Dlão!
O Zé Espinheiro Bravio que os
ouviu, sentiu estremecer o coração.
- Os sinos tem razão! “Arrepio”,
vamos pedir perdão.
Por sua vez, a Ritinha ouviu os sinos também,
e pensou:
- Os sinos dizem bem. Tenho de
perdoar a alguém.
Vieram a correr, cada qual do seu
lado.
Zé Espinheiro Bravio que tinha remexido
as algibeiras e encontrado cinco amêndoas inteiras, estendeu a mão:
- Peço-te perdão. Ainda sobram
estas…
A Rita respondeu:
- Estás perdoado. Boas Festas!
- E depois abraçaram-se os dois.
“Dlim! Dlão! Dlim!” – cantavam alto
os sinos por cima da cabeça dos meninos.
“Dlim! Dlão! Dlim! Páscoa só é Páscoa
assim!”
Maria Isabel Mendonça
Soares
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