Olá meninos do 4.º ano!
Esta semana vamos conhecer e explorar a bonita história:
O Beijo da Palavrinha de
Mia Couto.
Estão curioso?
Então vamos aos desafios!
Vai valer a pena
e certamente que vão gostar.
Vão visualizar e
ouvir a história em vídeo. Para tal apenas terão que clicar na
imagem em baixo e ficar atentos.
Vão ler o texto (adaptado) e no final respondem a um inquérito online.
Após responderem a todas as questões vão submeter (apenas uma vez) e até podem ver a vossa pontuação. Por cada resposta certa terão um ponto, como são 20 perguntas, se acertarem em todas terão 20 pontos que equivale a 100%.
Para responderem ao inquérito cliquem no link que se segue (mas primeiro visualizem o vídeo e leiam o texto com atenção).
Inquérito O Beijo da Palavrinha
Boa leitura e bom
trabalho.
Obrigado pela colaboração.
A professora bibliotecária
Esperança Pereira
O Beijo da
Palavrinha de Mia Couto
Era uma vez uma menina que se chamava Maria Poeirinha e nunca tinha visto o mar. Ela e a sua família eram pobres, viviam numa aldeia tão interior que acreditavam que o rio que ali passava não tinha nem fim nem foz.
Certo dia, a Maria Poeirinha adoeceu gravemente.
Como ela nunca tinha
visto o mar, o tio Jaime Litorânio, homem que um dia foi morar naquela
aldeia, pensava que enviá-la num barco pelo rio até à costa, seria a cura da
Maria Poeirinha. Contudo, a menina estava tão fraca que a viagem tornou-se
impossível.
A mãe pegou nas mãos da menina e entoou as velhas canções de
embalar.
Em vão. A menina apenas ganhava palidez e o seu respirar era o de um fatigado
passarinho.
O irmão Zeca Zonzo, que era um rapaz sempre com a cabeça no ar, teve uma ideia
e foi buscar um papel e uma caneta.
Todos pensaram que ele iria desenhar o oceano. Mas não. Zonzo
apenas rabiscou com letra gorda a palavra mar.
Zeca Zonzo tomou na sua mão os dedos magritos de
Maria Poeirinha e guiou-os por cima dos traços que desenhara.
Poeirinha identificou o m como uma
letra feita de vagas, líquidas linhas que sobem e descem. Era uma letra feita
de ondas, pois ela já as tinha visto no rio. Na letrinha a seguir reconheceu o a. Era uma ave,
uma gaivota pousada nela própria, enrodilhada perante a brisa fria.
A seguinte
letrinha era uma letra tirada da pedra. Era o r da rocha.
E os dedos da menina magoaram-se no r duro e
rugoso, com as suas ásperas arestas.
O tio Jaime Litorânio, lágrima espreitando nos
olhos, disse:
-Calem-se todos: Já se escuta o marulhar!
Uma gaivota branca ergueu-se do leito da menina, ela foi
beijada pelo mar e afogou-se numa palavrinha.
Ainda hoje, tantos anos passados, Zeca Zonzo, apontando o
rosto da sua irmãzinha na fotografia, clama e reclama:
Eis minha mana Poeirinha que foi beijada pelo mar.
E se afogou numa palavrinha.
Sem comentários:
Enviar um comentário