O
Politécnico do Porto desenvolveu um projeto com cerca de mil crianças de quatro
agrupamentos escolares, verificando que as atividades de leitura no jardim de
infância diminuem em 50% o risco de dificuldades de aprendizagem no primeiro
ano escolar.
Este é o principal resultado obtido num projeto coordenado pelo Politécnico do Porto (PPorto), que avaliou a linguagem e a consciência cronológica de crianças que frequentavam o jardim de infância e o primeiro ano de quatro agrupamentos de escolas do município do Porto, envolvendo-as de seguida na intervenção CiiL (Centro de Investigação e Intervenção na Leitura).
Este é o principal resultado obtido num projeto coordenado pelo Politécnico do Porto (PPorto), que avaliou a linguagem e a consciência cronológica de crianças que frequentavam o jardim de infância e o primeiro ano de quatro agrupamentos de escolas do município do Porto, envolvendo-as de seguida na intervenção CiiL (Centro de Investigação e Intervenção na Leitura).
O projeto, iniciado em 2015 e ainda em vigor, tem como objetivo prevenir
"percursos de insucesso precoce na aprendizagem da leitura e da
escrita", atuando no sentido de diminuir as dificuldades que as crianças
possam transportar para o primeiro ano, explicou à Lusa a coordenadora Ana
Sucena, professora do PPorto.
Das cerca de mil crianças, 331 foram avaliadas no jardim de infância, tendo
todas participado na intervenção CiiL.
Concluído o jardim de infância, no início do primeiro de escolaridade, foram
avaliadas 613 crianças, das quais 291 foram sinalizadas em risco de virem a
experienciar dificuldades na aprendizagem da leitura, tendo estas ingressado na
intervenção durante mais um ano.
Nesta etapa, foram consideradas a consciência fonémica (capacidade de ouvir,
identificar e manipular os menores sons da fala, isso é, os fonemas) e as
competências leitoras, "as mais fortes preditoras do sucesso e insucesso
ao nível da aprendizagem", indicou Ana Sucena.
De acordo com a investigadora, os resultados obtidos até à data indicam que
esta intervenção permitiu uma diminuição de 50% no número de crianças que, ao
início do primeiro ano, ainda apresentavam fragilidade quanto às competências
essenciais para poderem aprender a ler e escrever.
Uma "grande percentagem" das crianças, "que tinham tudo para ter
um percurso de insucesso", acabam por ter um percurso inserido
"naquilo que é o esperado", afirmou.
Nos casos que não apresentaram riscos, a intervenção cessou ao final do jardim
de infância, entrando a criança no primeiro ano de escolaridade "com
competências pré-leitoras adequadas a um percurso de sucesso educativo",
disse a professora.
Para Ana Sucena, é importante sensibilizar os educadores de infância para a
promoção da linguagem, dotando-os de atividades estruturadas e sistematizadas.
No primeiro ano escolar, continuou, importa também promover junto das crianças
a consciência fonémica, trabalho que já devia vir parcialmente feito do jardim.
No entanto, "enquanto não houver um patamar mínimo de desenvolvimento para
esta competência, dificilmente a criança avança na leitura e na escrita, ou não
avança de todo", acrescentou.
Este projeto foi candidatado a um financiamento da Comissão Europeia através do
programa Horizonte 2020 (H2020), numa parceira entre a Câmara Municipal do
Porto e o PPorto, com apoio do Ministério da Educação, sob a forma de alocação
de professores de primeiro ciclo.
Caso o financiamento seja aprovado, o projeto será mantido e alargará para
todos os agrupamentos do município do Porto, durante os próximos três anos.
Lusa
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